O BOM MUNDIAL DE PORTUGAL
Portugal deve fazer um bom Mundial. A frase tem sido repetida vezes sem conta. Concordo: Portugal possuiu condições para fazer boa figura na África do Sul. Mas o que se percebe, afinal, por bom Mundial? A caminhada da selecção portuguesa, antes de traçar qualquer objectivo concreto, deve focalizar-se na ultrapassagem da fase de grupos. Ter o Brasil e a Costa do Marfim como adversários nunca poderia motivar um sorriso, uma reacção de agrado e inabalável esperança em seguir em frente com facilidade. O sorteio não foi positivo. É exactamente por isso, devido à inegável qualidade dos adversários - tirando uma Coreia do Norte que surge como equipa mais frágil e inexperiente do grupo - que o primeiro objectivo deverá ser o apuramento para a ronda seguinte. Ficar pela fase de grupos será uma desilusão. Passar será a concretização do primeiro objectivo.

Se ultrapassar a fase de grupos já se pode afirmar que a participação de Portugal foi positiva? Na minha opinião, e as opiniões valem o que valem, sim. É demasiado redutor e pessimista? Talvez. Mas é - acredito - realista. A maior parte dos adeptos, não só portugueses, vêem no Brasil o principal favorito a apurar-se no primeiro lugar do grupo - até porque, crónica e verdadeiramente, os brasileiros são sérios candidatos à conquista da prova. O segundo lugar será, com certeza, discutido entre Costa do Marfim e Portugal. Os costa-marfinenses, pela força emergente que têm ganho ao longo dos últimos anos, são apontados, em termos génericos, como segunda potência do grupo. Sinal claro de como a tarefa de Portugal é complicada - e bem diferente, por exemplo, do que aconteceu em 2006, num grupo que incluía México, Irão e Angola.
Não se pretende com isto dizer, contudo, que Portugal não tem responsabilidades. Tem, obviamente. E tem condições para conseguir uma prestação que não defraude as expectativas dos portugueses. Completamente diferente é, do meu ponto de vista, estabelecer qualquer meta que vá para além da fase de grupos - e aqui se apela ao sentido prático, deixando de lado as ilusões, dos adeptos. O objectivo de todos nós, reiteiro, é ultrapassar essa primeira fase. O que vier depois disso será sempre positivo. Não deverão ser feitas, pois, quaisquer comparações com a última campanha, sob o comando de Luiz Filipe Scolari, no Mundial da Alemanha. São estados diferentes. E, parafraseando José Mourinho com o meu nome assinado por baixo, nem com Cristiano Ronaldo a mil à hora Portugal poderá vencer o Campeonato do Mundo. Não custa sonhar, é certo, mas não fixem já a fasquia num ponto tão elevado.


Tendo em conta o nosso grupo e o possível adversário na fase seguinte, a espanha, não se pode exigir mais que isto.
Isto acreditando que portugal se apura como segundo classificado.
Caso corra mal, não seriam massacrados pelos jornalistas. Se corresse bem, eram herois.
Por exemplo o liedson ainda nem conhecia o grupo em q portugal tava inserido e já tava a dizer q portugal ia ao mundial para vencer... Portugal nunca ganhou uma competição internacional,nao podem ter este tipo de discurso.
Vamos pensar jogo a jogo,isso sim!
Portugal não pode ter um sonho, pois pode torna-lo em pesadelo. Vamos com calma.
Boa crónica Ricardo , em grande.
Tiago R.
SL