Lendas
Historicamente, os trincos argentinos sempre tiveram uma fama menos boa, acusados de serem jogadores violentos e desleais dentro de campo. É claro que houve muitos atletas que confirmaram essa fama, mas também existiram excepções. A principal delas foi Fernando Redondo, considerado por muitos o melhor médio defensivo argentino de todos os tempos e, também, um dos maiores do mundo. Com o seu estilo clássico e elegante, Redondo marcou uma época nos anos 90, principalmente no Real Madrid, e poderia ter sido uma carreira ainda mais brilhante se não fossem as graves lesões que sempre o acompanharam.
O início
Nascido no dia 6 de Julho de 1969, na cidade de Adrogué, na Argentina, Fernando Redondo iniciou a carreira no Argentinos Juniors, em 1985, com apenas 16 anos. Na época, o pequeno clube de Buenos Aires vivia a sua fase mais gloriosa: era o actual campeão nacional e da Taça Libertadores. O centro-campista destacou-se cedo e em 1990 foi vendido ao Tenerife, sem passar por uma equipa grande na Argentina, algo raro naquela época.
Na temporada 92/93 o Tenerife contratou o argentino Jorge Valdano para seu treinador. E a aposta deu resultado: a equipa acabou o Campeonato Espanhol em 5° lugar, naquela que foi a melhor campanha da história do clube. Redondo era o grande destaque da equipa e ganhou a admiração de Valdano, que o levaria para o Real Madrid em 1994. O sucesso no Tenerife também valeu a Redondo as primeiras chamadas à selecção argentina, comandada na época por Alfio Basile. O trinco participou na conquista da Taça das Confederações, em 1992 e, também, no título da Copa América de 1993. Este, aliás, foi o último torneio conquistado pela selecção principal da Argentina.
O “Príncipe de Madrid”
No início da temporada 94/95, Redondo foi contratado pelo Real Madrid a pedido do técnico Jorge Valdano. E foi no Santiago Bernabéu que ele viveu a sua melhor fase. Apesar de um início complicado devido a uma lesão, Redondo conquistou o seu espaço no meio-campo da equipa merengue e assim que recuperou foi figura importante na conquista do título espanhol daquela temporada, que acabou com a sequência de quatro títulos seguidos do rival Barcelona.
Com um futebol de muita qualidade, Redondo tornou-se o melhor trinco do mundo e ídolo no Real Madrid na segunda metade dos anos 90, o que lhe valeu o apelido de “Príncipe de Madrid”.
Em 1998, Redondo entrou definitivamente para a história do clube. O Real Madrid conquistou a Liga dos Campeões, após um jejum de 32 anos sem o maior troféu do continente. No fim daquele ano, a equipa merengue conquistou ainda o Mundial de Clubes, ao vencer o Vasco da Gama, por 2-1, em Tóquio. Ao lado do holandês Seedorf, Redondo teve uma actuação magnífica naquela partida. Mas, talvez, a melhor temporada de Redondo tenha sido a de 1999/2000. O Real Madrid venceu novamente a Liga dos Campeões e Redondo foi eleito o melhor jogador da competição.
Lesões e o fim da carreira
Em Junho de 2000, Redondo transferiu-se para o AC Milan. Mas em Itália nunca conseguiu repetir as actuações de Madrid. Isso porque antes de se estrear pela equipa de Milão rompeu os ligamentos do joelho durante um treino e ficou mais de dois anos parado. Mesmo quando recuperou, o argentino não conseguiu ter uma sequência de jogos. Apesar de pouco jogar, Redondo acrescentou ao seu currículo os títulos da Liga dos Campeões e da Taça de Itália, bem como o Calcio. Mas o seu momento mais marcante com a camisola dos rossoneri foi no dia 12 de Março de 2003, quando o Milan enfrentou o Real Madrid no Santiago Bernabéu, para a Liga dos Campeões. Os espanhóis venceram por 3-1 mas as atenções ficaram centradas em Redondo, que foi aplaudido de pé por todo o estádio. Em Novembro de 2004, Redondo terminou uma carreira brilhante.
1 Response to "Lendas"
Enviar um comentário