Comissão Disciplinar vs Conselho de Justiça

Dois pesos e duas medidas, uma total absurdidade. Fico com a sensação que alguém andou a brincar aos juristas.
É de difícil compreensão que para determinados Doutores, os actos de Hulk e Sapunaru mereçam uma suspensão de meses e para outros de apenas alguns jogos. O que até aqui era uma castigo de duração descabida, passa a ser um castigo algo benevolente.
Ao renunciar à presidência da LPFP, Hermínio Loureiro revelou uma enorme dignidade e sentido de responsabilidade. Ao contrário do Dr. Ricardo Costa que permanece em silêncio, depois de ver a sua tese completamente arrasada pela entidade que o avaliou. Silêncio esse, que começa a tornar-se ensurdecedor.
O futebol português continua a perder credibilidade...

8 Response to "Comissão Disciplinar vs Conselho de Justiça"

  1. Anónimo quarta-feira, março 24, 2010
    A justiça em Portugal é uma anedota.
    Mais um animal para se juntar ao Bruno Alves.
  2. Anónimo quarta-feira, março 24, 2010
    Uma decisão que me parecia acertada, por parte da CD, foi contrariada hoje pelo CJ da FPF.

    Já no caso Vandinho, em que foi suspenso de maneira completamente absurda, sem a mínima prova que o incriminasse, sem um relatório que seja de árbitro, delegado da liga ou PSP, decidem mantê-lo suspenso. Isto a uma semana do jogo do título. Estão a brincar com o trabalho do SC Braga e com jogadores sérios e exemplares.

    André
  3. Fábio Silva quarta-feira, março 24, 2010
    André

    Ao que parece o Vandinho tentou agredir ou agrediu mesmo o treinador adjunto do Benfica. Que para o CJ é um interveniente no jogo, ao contrário do steward. Penso que foi esta a explicação dada.

    Sendo que as imagens disponíveis são pouco esclarecedoras e como não existe nenhum tipo de relatório, dá que pensar...

    Espero que continue a acompanhar.
    Saudações desportivas
  4. Anónimo quinta-feira, março 25, 2010
    Fábio,

    claro, no caso do Braga não há duvidas, o "suposto agredido" é um agente desportivo. mas e as provas? que imagens se basearam para castigar o jogador? já vi todas as imagens e mais algumas, e não consigo ver uma tentativa sequer, nem eu nem muita gente.

    Vandinho é um jogador exemplar, tanto em campo como fora dele, não tem precedentes disciplinares, nunca agrediu ninguém, não me parece que fosse agredir um antigo treinador seu. Foi quanto a mim mal sancionado pela CD e agora voltou a sofrer um duro golpe na sua moral.

    É apenas o que eu penso!
    Cumprimentos
    André
  5. Fábio Silva quinta-feira, março 25, 2010
    Sem dúvida, André.

    De todas as imagens disponíveis nenhuma é esclarecedora. Ao que parece também invocaram contradições no discurso do Vandinho. Mas só isso não justifica a pesada suspensão aplicada.

    Enfim...
    Mais um caso mal resolvido no futebol português.

    Saudações
  6. Bimbosfera sexta-feira, março 26, 2010
    Boas... Uma nota para começar. Sou Benfiquista e admito que o meu julgamento possa ser modificado por causa do clube. Posto isto digo também que o julgamento de adepto do Braga, ou que não do Benfica, ou um anti-Benfiquista têm o julgamento toldado no sentido oposto ao meu.
    Isto só para justificar que do que vi, eu vi tentativa de agressão. Há factores claros, e a posição de Raúl José, a defender-se, é de quem se defende. É redundante mas é isto. Defesa. Mãos à frente a impedir o acto.
    Depois, a tentativa tem uma moldura penal prevista. A pena está de acordo com a moldura.
    Os jogadores Hulk e Sapunaru viram a sua pena ser atribuída, em primeira instância, segundo uma moldura penal, prevista, mas que não foi respeitada. O mínimo eram 6 meses, um teve 3 outro 4, creio. Os jogadores não tinham motivos de atenuações, atenuantes, portanto tal não deveria ter acontecido.
    Isto causa aqui um primeiro problema, a validade desta pena. A pena não foi atribuída correctamente de acordo com o enquadramento, com o «crime», ou acto, cometido.
    A pena, ainda, numa primeira instância, decretou que eram enquadradas de uma determinada forma, ao descriminar quem era o alvo do acto, um steward, e por isso, sendo em primeira instância considerado interveniente, a pena foi a conhecida. O Conselho de Justiça, em segunda instância, achou que estava mal enquadrada, que os stewards não são elementos intervenientes, logo reenquadrou a pena, e respectivas reduções da mesma. Até aqui não me parece de todo nada errado. O que me parece errado são as leituras que se fizeram nos enquadramentos. Primeiro a pena deveria ter sido correctamente aplicada. Se se achava que eram intervenientes a pena deveria ser maior, ou no mínimo a mínima, passe a redundância. Segundo, esse factor deu «defesa moral» ao CJ para diminuir a pena, por acharem logo à partida que a mesma era mal aplicada para o enquadramento. Não houve prazos ilegais, não houve nada.
    Misturar isto tudo com o Vandinho é misturar o que não tem mistura. Tanto mais que o mesmo CJ não deu provimento ao Braga nesse caso, por serem coisas diferentes. Não há por onde pegar no Vandinho, pois tentativa, e vê-se, lamento, mas vê-se bem, é tão grave como o acto de agressão. Isso é verdade por exemplo ao falarmos de Bruno Alves e a tentativa de agressão ao Kardec, ao Cardozo, na Taça da Liga. Tem que ser punido, mesmo que tenha só tentado. Está prevista essa situação.
    Agora, ainda sobre o post, Ricardo Costa não está a agir mal, a meu ver, sobretudo se a «coisa» ainda não tiver acabado, e se a Liga seguir para o TAS, o que acho bem, e não só acho bem, como acho que deveriam levar uma reprimenda de não terem aplicado a pena correctamente à primeira.
    Ele, neste momento, não tem que vir defender-se, como é óbvio, do que foi decidido depois dele. Ele fez o que lhe competia, mal, a meu ver, ao reduzir o que não tinha que ser reduzido, e agora é a vez de quem a seguir a ele agir falar. Depois, ele falará, espero, em sede própria, no TAS, a tratar do caso se se prosseguir, como espero, com ele!

    Abraço

    Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

    http://Bimbosfera.blogspot.com

    P.s.- Desculpa lá Fábio, mais uma das minhas secas! Abraço!

    P.s.s.- Já agora, no Coração Encarnado, o Gil Vicente é jurista reformado, e já fez considerações sobre o caso, ainda antes destas penas! Abraço.
  7. Fábio Silva sexta-feira, março 26, 2010
    Márcio

    O grande problema de todos estes casos e mais alguns que, provavelmente, vão surgir... está na leis que regem o futebol portguês.
    Em Itália existe um tribunal desportivo, eu penso que em Portugal deve-se fazer o mesmo.
    Deixariam, assim, de existir várias interpretações de esta ou daquela lei.

    Para já, penso que não vai ser criado um tribunal desportivo... mas revisão das leis era um grande começo.

    Ah, seca nenhuma Márcio. É sempre um prazer.

    Abraço
  8. Bimbosfera sexta-feira, março 26, 2010
    Olá de novo...
    Sem dúvida que um tribunal desportivo seria ideal, mas, à semalhança do que já temos, seria só mais um sítio para o polvo enfiar o tentáculo.
    O caso de Itália é paradigmático. Quem desceu a Juve e o Milan, apesar de só ter caído a Juve depois dos recursos, foi precisamente a justiça desportiva, e «ai de quem for recorrer do que aqui se decidir», e tanto mais que depois disso a Juve aceitou o castigo e desceu. Recorreu às instâncias desportivas enquanto deu, e depois desceu, quando já não havia mais recursos.
    Um tribunal desses, se calhar, cá em Portugal, impedia o Gil Vicente de descer, a meu ver era quem tinha razão, fazia descer não só o Boavista mas também o Porto...
    É muita situação, que, devido à inoperânica, faz com que tudo continue tudo na mesma...

    Abraço

    Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

    http://Bimbosfera.blogspot.com